segunda-feira, 28 de junho de 2010

EU VI UM ANJO.



Lá se vão mais de duas décadas quando comprei meu primeiro apartamento, muito pequeno e simples, do qual eu sequer conseguia pagar as prestações do financiamento, mas era necessário alugar um dos dois quartos para complementar o valor da prestação. O prédio era pequeno e mal cuidado. As portas do apartamento eram café, muito escuras, o que fazia com que o apartamento tivesse um aspecto ainda mais apertado, além de ser muito feio para o meu gosto.

Eu não tinha qualquer talento para pintura de portas e não tinha dinheiro para comprar tinta e contratar algum pintor. Mas aquela cor me incomodava. Ainda mais que alguns vizinhos estavam mudando suas portas para cores claras, transformando meu desejo numa necessidade. Orei pedindo ajuda a Deus para este que, para muitos, é um tema que Deus não merece ser incomodado.

Um dia caminhava para o trabalho (que era bem perto) quando vi um trabalhador negro de uns 40 anos pintando uma porta numa pequena construção em acabamento. Fui até ele perguntando quanto ele me cobraria para pintar quatro portas e os portais. Expliquei que era perto, que eu não tinha a tinta, que a cor escura me incomodava, portanto qualquer cor clarinha me serviria e outros detalhes. Ele me disse que era um serviço muito simples que não tinha como cobrar pela pintura de quatro portas, mas que poderia ir lá para ver o serviço e ter uma idéia do que se tratava. Pediu-me as chaves e o endereço. Inocentemente entreguei as chaves para aquela pessoa que eu jamais tinha visto antes e fui trabalhar. Não trocamos telefone.

O crepúsculo já estava anunciando sua chegada quando vi os últimos tons alaranjados no céu caminhando para casa no fim do expediente. Só então me lembrei que estava sem as chaves do apartamento. Passei por aquela construção para apanhar as chaves de volta e não encontrei mais ninguém. Fui para casa, pensando que o homem poderia estar por lá.

Por instantes fiquei temeroso sobre o que poderia encontrar (ou não encontrar) quando chegasse em casa. De imediato deparei com a porta de entrada pintada num lindo bege, muito claro. Abri e encontrei o homem sorridente, concluindo sua última profissional pincelada. Portas todas muito bem pintadas e lindas. Não pude crer que fora tudo tão rápido. Quanto será que ele me cobrará? Não havíamos negociado orçamento previamente. Quanto foi? Perguntei. Ele me respondeu: "Como eu disse, não há como eu cobrar por um serviço tão simples. Não foi nada. Foi um presente.”

E ele simplesmente me devolveu as chaves e foi embora. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Eu nunca mais vi aquele homem. Por dias fiquei pensando se ele não teria sido um anjo.

Hoje, anos mais conhecedor de Deus, posso afirmar, sem dúvidas, que aquele era um anjo enviado por Deus para me ajudar em algo que era difícil demais para mim naquele tempo. Não posso afirmar ainda se era um anjo espiritual ou se era um anjo de carne e osso...


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É natural nos depararmos com situações extremas na vida, nas quais interferências místicas são necessárias. Quase todos têm um relato ou conhecem alguém que conta uma experiência metafísica ou espiritual, milagres divinos, visões de anjos e coisas do gênero. Creio que Deus exista e creio que Ele use anjos para socorrer pessoas. Mas sei hoje que tem um tipo específico de "anjo" que é o que Deus mais gosta de usar: Você!

Quantas vezes pessoas são "usadas" em nossas vidas como se fossem anjos.

Creio naquelas expressões populares: "Fulano foi um anjo enviado por Deus". "Tive um problema, mas encontrei um anjo que me ajudou".

Nós podemos ser "anjos" na vida das pessoas quando deixamos de olhar apenas para nós mesmos e ficarmos solicitando que anjos nos sejam enviados. Quantas vezes estamos realmente dispostos a doarmos nosso tempo para sermos os ouvidos para uma alma aflita, sermos um abraço carinhoso para um coração amedrontado, um ombro para lágrimas que não param de jorrar ou um sorriso para quem está em busca de esperanças?

À nossa volta não é difícil encontrar pessoas que precisam do apoio de um anjo. Você e eu podemos ser este anjo bom - que ajuda o que se meteu em alguma encrenca - ou podemos fazer o papel do diabo, o anjo mau, que julga estas pessoas e os acusa dos seus erros.

Você pode pedir para Deus ajuda para se livrar de encrencas. Ele poderá enviar anjos até você. Mas nunca deixe de observar o que acontece ao seu redor. Nunca deixe de observar se pessoas próximas ou que cruzam o seu caminho estão aflitas com algo, e nunca perca a oportunidade de ser você o "anjo enviado por Deus " para ajudar outras pessoas, porque "melhor é dar do que receber".

Luciano Maia



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AGORA CURTA DOIS FILMES PUBLICITÁRIOS, UM DA VOLKSWAGEN E OUTRO DA COCA-COLA, QUE EXPLORAM O CONCEITO DE ANJOS ENTRE NÓS.




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