sábado, 30 de maio de 2009

DESABAFO PASTORAL



Eu amo Jesus. O que me deixa maluco são seus seguidores. Para ser sincero, não gosto de muitos cristãos. Note bem, eu não disse “alguns” cristãos; eu disse “muitos”. Não gosto deles — não gosto mesmo, nem um pouquinho. Por várias vezes, prefiro andar com gente doida, profana, incrédula e perdida do que com aqueles que se dizem cristãos, mas, na verdade, são fariseus de mente limitada e metidos a críticos.

Tenho um amigo que é pastor de uma grande igreja. Certa vez, durante uma entrevista, ele disse ao repórter que orava seis horas por dia. O jornalista, muito impressionado, perguntou por que ele orava tanto tempo. O pastor respondeu, com toda franqueza: “Minha igreja é muito grande, e odeio muitas pessoas que fazem parte de-la. Preciso orar seis horas por dia para que Deus me ajude a amá-las”.

Gostaria de amar todos os cristãos, mas não consigo. E vou enumerar algumas razões pelas quais isso acontece.

Não gosto de muitos cristãos pela capacidade que possuem de ser terrivelmente críticos. Eles assumem aquela pose do tipo sou-mais-santo-que-você e se consideram melhores do que todo mundo. Brigam e discutem pelos motivos mais ridículos.

• “Você está lendo a versão errada da Bíblia.”
• “O estilo de louvor de sua igreja é sem graça.”
• “O ensino sobre o Antigo Testamento é insuficiente.”
• “Por que não prega mais sermões expositivos?”
• “Sua igreja deveria realizar mais trabalhos evangelísticos.”
• “Você é por demais evangelista, devia se preocupar mais com o discipulado.”

Esses especialistas em igreja costumam ser os mesmos que não sabem dizer o nome do vizinho não-cristão. Aaaarghhh! Fico doen-te com esse tipo de gente. E quando o tema da conversa ultrapassa as questões da igreja, a coisa é ainda pior:
• “Evangélicos só devem assistir a filmes cristãos, que não são violentos.” (Adorei ver a cara dessas pessoas quando A paixão de Cristo, de Mel Gibson, foi lançado.)
• “Quem ouve música do mundo vai para o inferno.”
• “Cristão não faz tatuagem.”
• “Os Teletubbies são coisa do Diabo.”
• “Cristão de verdade não vai à Disney.”

Não consigo imaginar Jesus escrevendo frases como essas no chão.

Outro tipo que faz meu estômago revirar é aquele pregador fu-rioso: “Se você não se converter, vai queimar no inferno, pecador!”. Por experiência, posso dizer que os pregadores nervosinhos em geral pecam tanto quanto (ou mais do que) as pessoas a quem costumam pregar.

Se o que você leu até agora ainda não é suficiente para convencê-lo, ainda há mais: certos cristãos são muito esquisitos. É só dar uma olhada nos programas evangélicos exibidos na televisão. Alguns deles complicam muito o meu trabalho. Em tese, remo no mesmo barco, mas confesso que fico tentado a fazer piada das muitas bobagens que vejo.

Não é de admirar que não-cristãos assistam a esses programas só para rir. Sei que há muitos ministérios cristãos sérios que ocupam espaços na grade de horários da televisão, e dou o maior apoio. Mas, sejamos sinceros, existe muita coisa bastante bizarra para ver.

Se você se sente ofendido com o que acabou de ler, peço que coloque a mão na consciência e seja franco: já reparou no jeito que muitos televangelistas se vestem? Junte-se a isso a maquiagem forte e o cabelo cheio de laquê das mulheres desses pastores-apresentadores. Parece até um cafetão acompanhado de uma perua — é possível até que um cafetão e uma perua de verdade se vistam e se maquiem melhor.

Isso sem falar no grande engodo que é o discurso antibíblico: “Deus quer que seus filhos sejam ricos, por isso posso andar por aí em carros de luxo”. Para completar, eles ainda pregam no melhor estilo vou-pegar-seu-dinheiro, finalizando todas as falas com aquele “amém?” constrangedor. “Jesus ressuscitou dentre os mortos, amém? E ele está pronto para perdoar seus pecados, amém? Clame pelo Senhor agora, amém?”. Isso me embrulha o estômago, amém?
O que é isso?

O pior de tudo, porém, é o potencial de certos evangélicos à hipocrisia mais nojenta. São capazes de dizer uma coisa e fazer outra completamente diferente. Isso não apenas macula o nome de Jesus, como também fornece mais munição para esse mundo incrédulo usar contra o corpo de Cristo. É como o sujeito que procurou certo pastor protestante e perguntou:
— Pastor, será que o senhor faria o funeral de meu cachorro?
— Não fazemos funerais de cachorros — o pastor respondeu.
— Que pena — disse o homem, aparentemente decepcionado, mas rindo por dentro. — Eu estava disposto a fazer uma oferta de 100 mil para a igreja. Pelo jeito, terei de procurar outra.
— Opa, espere um pouquinho — reagiu o pastor. — Por que você não disse antes que seu cachorro era protestante?

Essas são algumas das razões pelas quais não gosto de muitos cristãos. Para falar a verdade, muitos deles também não gostam de mim. Dizem que sou radical demais. Que minha teologia é rasa. Que sou bom mesmo é de marketing. E meu pecado imperdoável: sou pastor de uma “megaigreja” (o que, automaticamente, faz de mim um egocêntrico que só se preocupa com dinheiro).

Agora que meus motivos já estão expostos, podemos começar. Espero que cheguemos aonde Deus deseja: um lugar que, provavelmente, não é o que ocupo agora. De qualquer maneira, sinto-me melhor depois de desabafar. Obrigado pela atenção que me dispensou até agora.

O cristão de quem menos gosto.

Se você acha que minha cisma é apenas com evangélicos de outras igrejas, está enganado. Quando olho para minha igreja, encontro muitas pessoas das quais também não gosto. Não tenho o menor interesse em saber o que querem e como vivem. Fico bastante perturbado com isso, doente mesmo.

Há um tipo de cristão que considero o pior de todos, disparado. É o que mais me aborrece. Tira meu sono. Embrulha meu estômago. O cristão que mais detesto… sou eu!

Não estou brincando. Detesto muitas coisas em mim. Detesto ser menos do que aquilo que Cristo deseja. Tenho nojo de mim quando digo coisas que não deveria e que são incoerentes com a Palavra de Deus.

Detesto quando, na condição de líder, tomo decisões que magoam as pessoas. Detesto quando minhas atitudes pecaminosas magoam os seguidores de Cristo e afugentam os não-cristãos. Detesto essas coisas que vejo em mim.
Este texto acima não é de minha autoria, apesar de, em alguns aspectos, identificar-me com os sentimentos do seu autor, o Pr. Craig Groeschel, que nasceu em Houston, no Texas, em 1967 (um ano antes de mim) e foi criado em Oklahoma. Converteu-se quando cursava a faculdade de Marketing, começou a trabalhar como pastor assistente na Igreja Metodista Unida em 1991.
Formou-se mestre em Divindade pelo Seminário Teológico Phillips, mas deixou a denominação antes de completar o processo de ordenação.Em 1996, Groeschel juntou um grupo de cristãos e fundou a Igreja Aliança da Vida, que logo ganhou fama pela informalidade das reuniões, realizadas inicialmente no pequeno templo improvisado numa garagem. Era o ponto de partida de um novo conceito de igreja, a LifeChurch.tv: os membros, espalhados por várias cidades norte-americanas, participam das celebrações por meio de um sistema de transmissão de imagens a partir da sede, em Oklahoma.
A autenticidade e o humor são duas características marcantes nas mensagens de Craig Groeschel e contribuem na composição de um estilo que o distingue da figura do pastor tradicional e conservador. Seu ensino é focado em questões práticas e cotidianas, como casamento, família, relacionamentos, finanças domésticas e serviço cristão. Sua declaração de missão é sintetizada na frase: "Levar pessoas ao discipulado autêntico e dedicado".
O texto inicial é um fragmento do livro: "Confissões deum Pastor", tradução livre.
Imagem: Igor Trops

quinta-feira, 28 de maio de 2009

METODISTAS NA REDE GLOBO

Matéria veiculada no Jornal Nacional no dia 27 de maio de 2009.


Muito legal ver uma das nossas iniciativas sendo promovida em rede nacional, posto que, historicamente, das igrejas protestantes são anunciadas preferencialmente as mazelas.

Não obstante, como seguidores de Jesus de Nazaré, não podemos permitir que qualquer ufanismo nos assole, ao contrário, se prestarmos atenção ao conselho do Mestre, Ele, após alguns ensinamentos sobre humildade, encerra seu discurso dizendo:

"... Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei [a Deus]: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer".

Doar-se ao próximo deve ser um comportamento natural e automática na vida dos que seguem a Jesus de Nazaré, sem nada esperar em troca, nem nesta nem em qualquer outra existência. Sem interesses por recompensas aqui ou lá, mas, movido por amor e compaixão.

Talvez você não possa se voluntariar num projeto como este ou noutros que temos feito, mas você pode colaborar com aqueles que o fazem, sendo um discípulo, segurando a corda para que outros desçam até escuros buracos para resgatar semi-humanos. Quer saber mais? Pergunte-me como.

...E que assim possamos fazer o que sabemos que devemos fazer...

(Quer saber mais sobre o que é ser um discípulo? Clique aqui.)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

RELACIONAMENTOS


A pior coisa que pode acontecer a uma amizade ou relacionamento é quando os amigos ou parceiros julgam que se conhecem mutuamente por completo; e, também, quando pensando assim, os anos se passam, e eles, por julgarem conhecer o outro, o congelam em um estado de imutabilidade... e, desse modo, sem que se saiba o que outro quer já se o interpreta. Ou quando não sabendo que algo nele mudou, se o fixa por antecipação; ou quando amando o outro, se assume que nosso amor por ele é apesar dele, pois, não damos mais a ele o poder de nos surpreender, apenas porque o tenhamos frisado numa bolha de amor fraterno ou relacional que já não o permita mudar aos nossos olhos.

É assim que as amizades vão morrendo e os casamentos vão ficando a mesma coisa...
Sim, pois a história impõe vícios interpretativos!

A coisa boa de uma amizade é justamente a expectativa de mutabilidade para o bem...
Por isto, verdadeiros amigos sempre se encontram esperando o melhor como surpresa fraterna.

O mesmo se pode dizer do casamento...

Quando os cônjuges perdem a esperança e alegria na possibilidade de que o outro cresça e mude, então, inicia-se o processo de falência do amor. Digo, não do amor mesmo ("que tudo sofre e segue adiante...") mas falo do amor conjugal, que se alimenta também da alegria pela existência do outro e, mais que isto: sempre espera que o bem não cesse na vida dele.

Na realidade, se há um ambiente no qual mais do que em qualquer outro não se deve julgar para que não se seja julgado, esse tal ambiente é o da amizade e o do casamento. Entretanto, é justamente em tais ambientes que menos se leva a sério tal recomendação de Jesus.

Sim, pois é aí, pela suposta segurança e indissolubilidade do vínculo, que mais se julga, se interpreta e se projeta sobre o outro aquilo que não necessariamente nele esteja presente ou sequer em processo de existência.

“Segurança relacional”, seja pelo casamento ou pela amizade, não devem funcionar justamente para a realização do oposto: a ofensa, o julgamento, o sincericidismo ou a impaciência que diz: “Já sei que tipo de coelho sai dessa cartola...”

Todavia, é porque as pessoas se sentem “seguras”, que ofendem, julgam ou pré-definem o outro; e, depois, não sabem por que ambos vão ficando cada vez mais distantes...

Todas as coisas sadias se alimentam de pequenas gentilezas...

Todas as coisas sadias, por mais íntimas que sejam, guardam sempre um lugar para a parcimônia e o cuidado da não ofensa...

Todas as coisas sadias em um relacionamento se alimentam de cuidado e carinho...

Todas as coisas sadias em um vínculo demandam e dependem do evitar das gritarias e das histerias que ofendem sem capacidade para retirar a ofensa...

O que se precisa crer sempre é que o outro, seja o amigo ou o cônjuge, são seres com quem Deus também fala; por isto, muitas vezes, é melhor que a nossa naturalidade no trato persista na direção do outro, sempre crendo que não é a nossa voz a única que fala, posto que Deus também fale; especialmente quando abrimos mão da gritaria e entregamos a questão ao amor e à verdade de Deus.

O momento relacional mais difícil é aquele no qual um dos implicados ou mesmo ambos, julgam que já se tornaram tão amigos ou íntimos, que o relacionamento já se cimentou de um modo tão concreto que já não mais se quebre...

Aí reside grande engano, pois o amor não acaba, mas pode entrar em um processo de tanto sofrimento, que, em razão disso, perca a felicidade no se dar...

Cada um de nós deve pensar nisto e, mais que isto: deve ver com quem se perdeu a delicadeza de manter a amizade ou a conjugalidade como coisa nova todos dias, dando sempre ao outro a chance de amanhecer melhor para nós, e nós para ele.

Assim como são as misericórdias de Deus todos os dias, renovando-se a cada manhã.

--------------------------------------

E POR FALAR EM JULGAMENTO... VEJAM ABAIXO TRÊS EXEMPLOS TRAGICÔMICOS QUE NOS ENSINAM A NUNCA JULGAR PRECIPITADAMENTE.


Com as contribuições da querida Drª Suzete Sotolani (filmes), do Reverendo Caio (texto) e do Igor Trops (ilustração) > Obrigado amigos!.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

AFASTA DE MIM ESTA CRISE



Eu estou feliz porque estou em crise.

Estar em crise é um bom sinal. Primeiro me mostra que eu estou vivo. Crise é para os vivos e não para os mortos. Mais que estar respirando, estar em crise é estar vivendo.

Em segundo lugar, estar em crise é bom porque mostra que eu não estou estagnado, zumbizeando pela vida, mas sim insatisfeito, buscando, desejando, querendo... Me mostra que eu não estou acomodado. Me mostra que quero aprender, quero viver, quero saber.

Plantas não tem crises.

Jesus foi um homem de dores. Um homem de crises. Nunca deixo de lembrar Jesus em sua agonia final, quando ele pede ao Pai que o livre da cruz. Quando ele entrega os pontos e percebe que aquela estória toda estava indo longe demais: Ele pede arrêgo. Inacreditavelmente ele desiste e diz: "Pai, afasta de mim este cálice!"

Mas, em meio à sua crise, Jesus volta atrás e diz ao seu pai: "...mas que seja feita a sua e não a minha vontade."

Noutras palavras, "eu mesmo não quero mais brincar de cruz, afasta de mim esta crise, mas, se não tiver outro jeito, que seja feito o que eu não quero, que é a sua vontade". Forte lermos e deixarmo-nos enxergar que Jesus não queria a vontade que o Pai dele queria: Cruz! Crise!

As crises existenciais não pouparam Jesus do seu nascimento à morte. Porque irão poupar você?

Não é nada fácil entrar nas crises, mas como é gostoso atravessá-las. Elas sempre nos deixam maiores. Mais livres. Melhores. Crises são de Deus!

Podemos comparar as crises com as tempestades. Elas sempre deixam algum estrago. Dão medo e deixam marcas. Normalmente são fenômenos naturais, promovidos pelas leis da "mãe natureza", que é funcionária de Deus. Mas a pior das tempestades não foi natural, foi de Deus, o dilúvio, que arrasou com absolutamente tudo... Enviado por Deus.

As crises são assim. Existem muitas que são naturais. Simplesmente fazem parte do cotidiano. Mas existem crises que são grandes, até devastadoras... Como é difícil imaginar que elas são enviadas por Deus... Não vamos nos esquecer que para o diabo mandar uma grande e devastadora desgraça para a vida de Jó, que o deixou em profunda crise, o diabo teve de obter autorização de Deus primeiro. Se Deus não permitir, o nosso inimigo não toca em nada.

Mas porque das crises?

O mesmo Jó nos dá uma dica. Após todo o seu sofrimento Jó disse a Deus: "Antes eu te conhecia só de ouvir falar, mas agora eu te vejo...". O sofrimento nos torna sensíveis para a presença de Deus.

Algumas crises são apenas capítulos da existência. Já outras são livros inteiros...

A dor amolece o coração, o que nos permite ver Deus. Ver Deus nas pessoas. Ver Deus na vida. Nossa dor nos torna sensíveis à dor alheia. Nos permite sermos mais misericordiosos, olhando mais para fora do que para dentro. Minimizando o egoísmo e ampliando o autruísmo.

Pior que passar pela crise é sair dela sem mudanças. Como burros empacados, alguns recusam-se a crescer com as experiências alheias e em seguida recusam-se aprender com as próprias experiências e assim não saem daquela crise, vivenciando o mesmo drama por anos. Sem crescer, sem mudar. Aprender nos tira da crise e nos deixa melhorados para a próxima... E assim vai.

Sempre que eu entro em crise oro assim: "Deus, que eu aprenda rápido". Uma vez aprendida a lição, aquela crise vai-se.

Nós amamos a Deus não porque Ele nos livra das crises, ao contrário, nós amamos o Senhor porque Ele nos ensina por meio delas.
Podemos passar por crises e ainda assim estarmos felizes, posto que felicidade é outra coisa que não a ausência de crise. Entenda mais sobre FELICIDADE clicando aqui.

Então? Vai uma crisezinha aí?!
_____________________
Alguém que leu esta reflexão me enviou a música "Stay" - do U2 - dizendo que a letra tem muito à ver com o que eu disse acima, ou seja, que as dores nos mostram que estamos vivos.
Quem quiser ver a letra completa, basta uma simples pesquisa na net, mas a música está aqui para quem quiser curtir uma bela canção.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

CONVENIÊNCIAS HUMANAS.



Deus e o diabo são grandes conveniências humanas.

Deus é o prato cheio. Afinal, Ele iniciou tudo e todos os processos de criação. Então, qualquer coisa errada entre as criaturas é culpa do Criador. Até o diabo é culpa de Deus, segundo o homem, embora nunca se tenha ouvido o diabo perguntar: Por que me criaste? — embora o homem não faça outra coisa.

O diabo é de importância secundaria, até porque ele adora levar a culpa, ele fica honrado quando o homem diz que o diabo fez..., quando o homem diz que tudo é culpa dele.

Assim, do ponto de vista metafísico, Deus é essencial como solução para o problema do mal quando o mal dói no homem, quando não dói o homem pensa menos... Para o homem mal que não dói não faz mal...

Mas quando dói, o homem esquece tudo, e logo culpa a Deus. Até mesmo o diabo escapa nessas horas, pois, quando o homem quer, recorre aos poderes do diabo, mas quando furação chega..., ninguém faz despacho, ao contrário, lançam a culpa em Deus.
Sim, o homem culpa a Deus até de fazer maldades, pois, se o homem faz maldades, a culpa é de Deus, pois, nessa hora, todo homem tem um Criador, que é o grande responsável pelo que o homem faça, pois, quem criou o homem/mal tem que ser responsável pela criatura perversa.

Deus poderia resolver tudo... Poderia acabar o homem. Sem o homem Deus não tem problemas. Nunca teve.

Eu queria ver mesmo é quem seria o pai que aceitaria ser tratado pelo filho como o homem trata a Deus, até na hora da morte...

E o diabo?... Ora, o diabo já entra em outra esfera... O diabo foi posto na existência para fazer o trabalho sujo de Deus; e, portanto, é um servo mal interpretado e muito infamado...

A maioria que não crê na existência do diabo não o faz por pena do pobre coitado!
Ora, isto é assim de um modo geral, mas, especialmente entre os crentes... Obviamente a maioria não fala nada disso, mas sinto que este é o latejamento que existe na alma da maioria, quando se defendem, perguntando: Por que Deus me fez assim? Ou, então: Por que Deus deixa o diabo fazer assim comigo?

Gente assim terá que suar muito, sofrer muito, agüentar muito, sentir muito... Sim, até que diga: Eu fiz, eu sou, e eu assumo as conseqüências, embora peça perdão pela transferência...

Quem transfere nunca fica livre... Pois, a transferência não cura o problema, apenas o aumenta, pois, não sendo a verdade, não liberta, antes, aprofunda o engano como desgraça na alma humana.
fonte: Reverendo Caio