Por Jeferson Ferreira
Sou apaixonado pela maneira em que a raça humana se comporta; observar como diferentes pessoas reagem a um mesmo estímulo e quais as relações disto com a: Raça, nacionalidade, história de vida, sexo, ambiente e mais umas duas mil variáveis psicossociais envolvidas, tem me levado a viver observando. Até já me questionaram sobre meu olhar, taí a resposta para a maioria das vezes.
Lembro da descrição de uma amiga que falou de sua prima: “Ela era uma pessoa que passava a maioria do tempo como hippie, andando sem rumo e voltava para casa para trabalhar uns dois meses por ano e depois voltava para a rua”. Esta descrição era de alguém que tinha um estilo de equilíbrio atípico, que encantava minha equilibrada e normal amiga que contava a estória.
Este movimento que se iniciou nos EUA na década de sessenta, foi uma tentativa de ruptura dos conceitos normais de vida da época, eram pessoas desgarradas com aqueles trajes típicos do grupo (sandálias e colares) que pregavam a paz e o amor. Tudo bem que eles tinham também a fama de arruaceiros e eram drogados numa visão menos romântica, mas desconsidere isto para nosso exercício de imaginação.
Oops! Me lembrou Jesus, ainda mais somando-se à idéia de desgarrado, o fato deles pintarem Ele com aquelas roupas típicas da época e colocarem barba.
Imagine se Jesus vivesse em nossa época, como seriam as manchetes? Elas descreveriam uma figura perturbadora, meio Forrest Gump, cidadão de lugar nenhum, andando por ai à pé com um monte de gente atrás dele. Com certeza, em certo momento a necessidade de preservação da paz pública iria levá-lo a algum tribunal para ser julgado e humilhado publicamente por sua generosidade e presteza; ele ficaria calado e nós omissos e então... O resto da história vocês já sabem...
Pois é, neste meu mundo imaginário onde Jesus seria um “hippie doidão”, meio a mistura de Mágico de Oz com Madre Tereza de Calcutá para a maioria, me pergunto: onde nós, os cristãos estaríamos? Certo mesmo estou que atrás dele nunca. Não somos este tipo de pessoa que segue este tipo de gente.
Acredite, tem gente que já fez umas coisas bem loucas; lembro da história de minha amiga americana Cindy Norwood que vendeu tudo e viveu anos andando num ônibus de uns cristãos malucos chamados Gods People. Eles vendiam tudo o que tinham e saiam pregando o Evangelho e fazendo o bem país afora.
Ah! Temos um hippie na Bíblia, seu nome era João Batista. Marcos, o apostolo de Jesus, o descreveu como o pregador do deserto que “ .. comia gafanhotos e mel silvestre..”. Sou apaixonado por esta descrição “zen” da figura de João, de tão desgarrado ele nem aceitava fundar uma igreja, dizia que era o preparador que anunciava as boas novas.
Gente, luto para que minha alma seja assim, já que vai ficar difícil explicar para meus filhos que o papai agora vai viver por aí sem rumo sentado nas calçadas fazendo artesanato e comendo o que vendeu. Fico na imaginação e na aplicação espiritual da idéia mesmo.
Quero preparar o caminho do Mestre da melhor e mais livre maneira que puder. Não sou eu o realizador, mas serei o mais desgarrado anunciador da Boa Nova deste hippie que conseguir ser. Tenho que dizer que só Ele é que salva nossas almas de nós mesmos, pobres mortais, vivendo nossas vidinhas normais.
Jeferson Ferreira é membro na Igreja Metodista em Águas Claras e empresário.
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Sempre gostei das ideias dos hippies, de viver buscando o bem sem distinção, e confesso que já havia pensado sobre o assunto, "eles tem um Q que se parece com o que entendo de Jesus também". Eles buscam paz e amor, Jesus chegava nos lugares saudando comm "a Paz esteja convosco" e pregava o amor a todos,
ResponderExcluirTudo bem que tem a parte das drogas que eram muito difundidas no meio hippie, e alucinógenos sempre existiram, o conhecimento das plantas é um dos mais antigos, Creio que Jesus tinha mesmo uma relação ais íntima com o Pai, que nós não conseguimos que seja assim tão próximas. Os hippies então buscavam (ou poderiam buscar) um aumento na percepção para verem o mundo de formas diferentes e tentar entender melhor o que ocorre, e, talvez livres das amarras deste mundo enquanto estavam "doidões" fosse mais fácil aceitar a mensagem para eles. Claro que essa é uma visão romântica da coisa, não quer dizer que tenha sido assim. É só o meu ponto de vista.
Não que esteja certo ou errado, mas cada um pode viver e acreditar da maneira que achar melhor, eu acredito que vivendo à maneira hippie as pessoas teriam mais paz de espírito e estariam mais próximas do comportamento esperado por Deus.
Independente da pessoa crer em Deus ou não, se fizer o bem está fazendo Sua vontade.
Aposto que o céu ta cheio de gente que foi ateu aqui na terra! Que chegou lá e viu que a coisa era meio diferente e passou a acreditar...